As exportações da South Service Trading, do grupo Exicon, de Porto Alegre, deverão crescer 5% neste ano, em comparação ao ano anterior. Em relação às importações, a expectativa é de um incremento de 10% devido à retomada da economia brasileira, segundo o diretor geral da empresa, Alexandre Bücker de Souza.
Ele justificou dessa forma seu otimismo: “Acreditamos no poder de alavancagem da taxa Selic, de 2% ao ano, da força do agrobusiness brasileiro e da construção civil, que deve ter um avanço significativo em 2021.”
Já na primeira quinzena de janeiro deste ano, o grupo Exicon percebeu uma movimentação maior de pedidos de clientes americanos e europeus nos setores de calçados de couro masculinos e femininos, móveis de pinus e compensados de pinus e madeiras em geral.
Para Souza, o volume de negócios dependerá da manutenção de uma taxa de câmbio competitiva, e do acompanhamento da situação da epidemia nos países de destino das mercadorias. Quanto à cotação do dólar, a empresa trabalha com dois cenários para o primeiro semestre: com a moeda ao redor de R$ 4,80 e o outro, mais otimista, em torno de R$ 5,20.
Sobre a troca de governo nos EUA, Souza acredita que a eleição de Joe Biden representa um avanço para a economia mundial e para o próprio país. “A impressão é de que será um gestor público responsável, com bom senso e à altura de uma nação que representa a maior economia do mundo”, afirma. “Ganha o multilateralismo e o comércio internacional. Além disso, a expectativa é de uma abordagem keynesiana, com mais estímulos fiscais e geração de empregos.”
Com uma clientela de mais de 80 pequenas e médias empresas, o grupo Exicon, além de soluções integradas de serviços ao comércio exterior, que incluem logística e financiamento, oferece ainda a garantia dos valores negociados. No Brasil foi o pioneiro nessa modalidade ao se associar no ano de 1998 ao International Factors Group e, em 2000, ao FCI (Factor Chain International) cujas organizações se fundiram para formar o maior player mundial de garantias de crédito internacionais e financiamento de recebíveis de comércio exterior.
O FCI, com sede em Amsterdam, Holanda, é a principal associação de garantia de crédito e financiamento de recebíveis internacionais do mundo, que atua em mais de 90 países, reúne 400 membros associados, e manteve em 2020 seus volumes transacionados apesar da Covid-19, assinala Souza .
Com a pandemia, o maior protagonista nessa crise, segundo Souza, foi o setor de TI e as plataformas de cadeias de abastecimento que já vinham investindo num processo de digitalização e tiveram uma significativa evolução. “A que o grupo Exicon utiliza nas operações de garantia dos valores exportados e importados, do FCI, cujo propósito de valor é facilitar o financiamento de recebíveis internacionais no regime de open account , buscou novas tecnologias para maior segurança entre os participantes da operações, maior velocidade de processamento e mecanismos para evitar ataque de hackers, entre outros pontos.”
O empresário chama atenção ainda para o avanço do blockchain no setor. “Para as empresas que dependem de informações precisas e rápidas, essa tecnologia é a ideal, pela agilidade e transparência. E também por conseguir armazená-las em um livro contábil imutável que pode ser acessado somente por membros autorizados da rede, em que é possível acompanhar pedidos, pagamentos, contas, produção, entre outros itens. Como os membros compartilham uma visualização única dos fatos, é possível ver completamente todos os detalhes de uma transação internacional”.
Apesar da pandemia, as operações de cobertura de risco de crédito das exportações do grupo, em 2020, tiveram um incremento de 40% em seu volume de negócios. As exportações e as garantias de exportações totalizaram US$ 237 milhões, enquanto as importações mantiveram a mesma marca do ano anterior, de US$ 55 milhões.
A corrente de comércio internacional utilizando cobertura de riscos somou, ao total, US$ 292 milhões.