Prejuízo será imenso se houver o cancelamento definitivo do Aeromóvel em Canoas, diz Marcus Coester

Crédito: Divulgação

A paralisação por tempo indeterminado das obras de implantação do aeromóvel, em Canoas, não pegou de surpresa o diretor executivo e CEO da Aeromóvel Brasil S.A., Marcus Coester, que recebeu o ofício 88/2018 da prefeitura municipal no último dia 28 de fevereiro, e quatorze meses após o início da gestão atual. “De certa forma já era esperado algum movimento neste sentido, uma vez que já havia uma paralisação fática desde meados de 2017”, disse o empresário a Modal. Ele aguarda agora, atento, o posicionamento do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS) sobre o tema.

Coester destaca que o ritmo de trabalho estava muito reduzido, apesar de toda a equipe mobilizada. “Sofremos um grande prejuízo por estarmos há mais de um ano aguardando uma decisão judicial para a contratação das obras civis, fruto de uma disputa entre a Queiroz Galvão e a CREC. Os equipamentos estocados em Canoas já deveriam estar montados e testados na via”, salienta o empresário.

Nenhuma decisão, por enquanto

Em nota por meio da Assessoria de Imprensa, o TCE-RS informa que segue com a Inspeção Especial que acompanha o projeto desde o início.

“Não há, por enquanto, nenhuma decisão sobre o caso. Há possibilidades, que podem ocorrer em outros processos, por exemplo, se os técnicos do Tribunal entenderem que a decisão da prefeitura contraria o interesse público, um parecer pode ser encaminhado ao relator do processo, conselheiro Cezar Miola, que poderia expedir uma medida cautelar, determinando o cumprimento de alguma medida destinada a evitar prejuízos à sociedade. Se a análise preliminar indicar que a suspensão foi o caminho mais acertado, o caso continuaria sendo acompanhado. Não há um prazo determinado para essas conclusões serem apresentadas”.

R$ 64 milhões investidos

O sistema de Canoas foi projetado para ter 18 quilômetros de linhas, com 26 estações e capacidade prevista para até 12 mil passageiros por hora no pico e de 82 mil por dia. As obras de implantação da primeira etapa da linha 1, com 4,6 quilômetros e sete estações, desde a Brigada Militar, na Avenida 17 de Abril, Bairro Guajuviras, até a estação Mathias Velho da Trensurb já são visíveis começaram em 2015.

Até o momento, foram aplicados R$ 64 milhões de um total de R$ 272 milhões, referente a um financiamento junto à Caixa Econômica Federal (CEF), gastos na aquisição de materiais, como trilhos, motores, ventiladores e outros itens. O empresário foi ainda mais incisivo: “Se houver cancelamento definitivo por decisão da prefeitura o prejuízo será imenso, tanto para a empresa como para o município”.

A espera de uma solução

O posicionamento contrário a implantação do Aeromóvel em Canoas ficou evidenciado durante a campanha eleitoral do atual prefeito, Luiz Carlos Busato. Conforme o novo administrador, o projeto é técnica e economicamente inviável. Ele baseou sua decisão em um documento emitido pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), informando o indeferimento da aprovação do projeto em razão da inadequação do modal aeromóvel à realidade local por supostamente não ser apropriado para transporte de grande massa de passageiros e falta de viabilidade tarifária.

O CEO da empresa Aeromóvel Brasil se diz frustrado ao ver uma obra desta magnitude ser interrompida com toneladas de material e equipamento estocado. “Em um caso extremo só nos restará lamentar, uma vez que o contrato foi cumprido até aqui com total responsabilidade e diligência de nossa parte”, frisa. “Aguardaremos a orientação de nosso cliente, que tem total autoridade e responsabilidade sobre o contrato. Estamos sempre à disposição para encontrar soluções e alternativas que possam reconduzir aos trabalhos e atingir o objetivo original, que é um salto de eficiência e qualidade no transporte público de Canoas”, disse a Modal.

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