RBE Energia projeta aumento nas migrações para o mercado livre com destaque para os segmentos de comércio e serviços

Álvaro Scarabelot, diretor executo da RBE Energia, de Joinville (SC), está otimista quanto aos cenários dos próximos meses em relação aos preços de energia.  Atualmente, a cotação em média indica 75,00 R$/MWh para a energia convencional para o último trimestre do ano vigente – um preço baixo, quando observamos as médias históricas, acrescenta. “Alguns cenários podem influenciar esse preço para cima, como um crescimento do PIB fora do projetado, ou um regime muito severo de chuvas abaixo da média histórica combinado com um atraso do próximo período úmido 2022/2. De toda a sorte, o cenário pessimista é baixo e a tendência é de preço baixo”, pontua Scarabelot.

Ao referir-se ao avanço de  19% do mercado livre no período de 12 meses ( agosto 2021-agosto 2022), o executivo afirma que as migrações se intensificaram devido ao aumento das tarifas de energia no ambiente regulado e  da queda nos preços de energia no ambiente livre. “Após passarmos por um dos piores momentos em termos de regime de chuvas no segundo semestre do ano passado,  hoje estamos vivendo em um momento completamente oposto dado ao último período úmido ter sido muito positivo (out/21 – abr/22). Quando observamos o maior reservatório do sistema, o do Sudeste, o período úmido do ciclo 2021/2022 correspondeu ao maior ganho de energia hídrica armazenada dos últimos 22 anos. Diante disto, as migrações na câmara de comercialização de energia elétrica aumentaram e os ramos de atividade comercial e de serviços têm ganhado notoriedade e despontam como os dois setores que mais migraram nos últimos meses”.

Sobre a mudança na legislação que alterou o valor mínimo de demanda para elegibilidade dos consumidores livres,  Scarabelot afirma que  os consumidores especiais foram os clientes que mais se beneficiaram.  “Para alguns casos, a troca de energia incentivada para convencional trouxe alguma economia. Contudo, para apenas alguns consumidores com características muito particulares de fator de carga  na relação de consumo e demanda contratada. O que vimos com maior frequência é a manutenção dos clientes com a compra de energia incentivada em função do benefício do “fio”. De modo geral, a legislação trouxe mais uma opção, mas que por ora não está sendo utilizada com muita frequência”,

O executivo lembra que somente no momento da compra de energia é que o consumidor é “livre”. Após a compra, ele passa a ser “cativo” do seu contrato de fornecimento livre. Por isso, observa, é fundamental que todo consumidor do mercado livre tenha consultoria especializada de preços e gestão de energia para que a melhor decisão de compra de energia seja realizada. “O timing da contratação é o que definirá o sucesso do consumidor no longo prazo, o que implica na maior quantidade de informações e projeções ao consumidor possível para que essa importante tomada de decisão seja feita de maneira mais racional e fundamentada”.

Em relação às projeções de PLD, o executivo avalia que os cenários apontam para preços baixos para os próximos meses, principalmente devido ao nível positivo dos reservatórios do país – próximo de 65-85 R$/MWh para o resto do ano e na faixa de 130-160 para 2023 . “O fato é que esses valores são apenas referencias do atual cenário. O que o consumidor precisa ficar atento é no seu planejamento de longo prazo. Ele precisa buscar janelas de oportunidade através de uma boa política de compra de energia para não correr risco de ficar exposto à volatilidade dos preços de energia de curto e médio prazos”.

 

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