Retomada do RS no setor eólico “depende de excelentes projetos e de processos claros de licenciamento ambiental”, diz Pedro Mallmann da Renobrax

Equipe da Renobrax

Um volume de projetos de excelente qualidade técnica com o processo de licenciamento ambiental claro e organizado. Esse é o caminho para que o Rio Grande do Sul retome sua condição de protagonista no setor eólico nacional, na opinião de Pedro Mallmann, diretor da Renobrax, de Porto Alegre.

“O estado sofreu um forte impacto pela indisponibilidade de conexão devido ao atraso nas obras das linhas de transmissão. Essa situação trouxe prejuízos que não são percebidos em uma primeira análise, como o deslocamento da indústria eólica para o nordeste. Logo, para a retomada do setor precisamos reverter esse movimento com um volume de projetos que justifique isso”, acrescenta Mallmann.  (Segundo o Sindienergia-RS, o estado conta com 5 GW de projetos de energia eólica ainda na fase de licenciamento)

Otimista com os novos cenários, mesmo em uma conjuntura ainda sob o efeito da pandemia da Covid-19, Mallmann lembra que o Brasil ainda é um país com um baixo consumo per capita de MWh.  Por isso, há espaço para os projetos do nordeste e do sul.  Além disso, com as mudanças que estão acontecendo no setor, os agentes devem passar a ter uma visão de portfólio, ou seja, com projetos de diferentes fontes e em diferentes regiões do país, acrescenta.

Outro fator para seu otimismo são as mudanças na legislação ambiental do RS que, em sua opinião, tornam mais claros os processos de licenciamento.  “Devemos ter em conta que os investidores de energia são agentes, de modo geral, globais. Por isso, a nossa disputa por investimento não é com o nordeste, mas global por recursos destinados à energia renovável”, assinala.

Sobre a reforma do setor elétrico, ainda em discussão no Senado, Mallmann defende a sua modernização. Hoje, o Brasil, segundo ele, não existe  uma regulação clara para serviços ancilares e não permitem que projetos híbridos compartilhem a mesma conexão. “Além disso, a retirada do desconto da TUST/TUSD para projetos de fonte renováveis precisa ser bem discutida, na medida em elas já possuem maturidade e não precisarem desse tipo de auxílio. Todavia é preciso que essa retirada não seja feita em só uma fonte. É preciso que as diferentes fontes sejam tratadas de forma isonômica.”

Já em relação ao novo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que entra em vigor em janeiro de 2021, Mallmann prevê  uma nova dinâmica no mercado. “ A precificação da energia será de uma forma mais justa e os projetos do Rio Grande do Sul podem se beneficiar”, afirma. “Para que o Brasil assuma a liderança nas questões ambientais é preciso que os atributos de cada fonte sejam precificados como coloca a MP 998/20. Esse tipo de mecanismo nos permitirá entender os reais custos e benefícios de cada fonte, que hoje não são precificados.”

Entre os empreendimentos desenvolvidos pela empresa, se destacam cinco projetos de energia eólica no RS – Canelões, Jaguarão, Serra dos Antunes,  Santa Helena e Três Divisas – e um de energia fotovoltaica –   Chateau Fort, em São João do Piauí (PI). Além disso, desenvolve  seis outros projetos eólicos no RS e três solares fotovoltaicos no Piauí.

 

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Publicidade