O 2º Leilão de Energia de Reserva (LER), marcado para dia 13 de novembro deste ano, contará com uma oferta de 730 projetos, correspondentes a um total de 17.964 MW. Desse montante, o Rio Grande do Sul deverá comparecer com 107, correspondente a 2.365 MW, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Além de energia eólica, foram cadastrados 649 projetos de energia fotovoltaica, com 20.953 MW. “Esse certame bateu o recorde de projetos inscritos, o que mostra o interesse crescente dos investidores por energias renováveis”, disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
No último leilão de eólica, em agosto, o teto atingiu o valor de 184 R$/MWh , com deságios de até 2,8% – na faixa 178 R$/MWh. “Foi o maior valor pago para energia elétrica produzida por eólicas em 15 certames. Enquanto o menor foi pago no 15º LEN, em dezembro de 2012, cuja média foi de 87 R$/MWh”, lembra o engenheiro Alexandre Becker da GV Energy & Associados.
De acordo com Becker, até 2020 o cenário no Brasil é de ampliação da oferta de energia eólica em algo próximo a 18.000 MW, o dobro da capacidade atual. “Trata-se de uma das fontes com maior competitividade nos certames realizados pelo governo, além de ser complementar às hídricas”, afirma.
Linhas de transmissão
Um dos aspectos mais importantes das empresas que cadastram projetos nos leilões de energia, segundo Becker, é a capacidade de escoamento da produção. “Por isso é importante, na etapa de projeto, verificar se já existe alguma linha de transmissão próxima ou se há previsão de ampliação da rede para atender a subestação do sítio em que será instalado o parque”, explica. “Recentemente, alguns empreendimentos do Nordeste tiveram sua operação comercial atrasada devido à demora na finalização de linhas e adequação de subestações.”
Em relação aos equipamentos necessários para a implantação de parques eólicos, Becker nota que essa é uma das preocupações do governo, ou seja, manter um preço atrativo para as distribuidoras de energia, de forma simultânea para quem investe na geração. “Hoje esses equipamentos apresentam viés de alta, o que implica mais investimentos por parte dos empreendedores”, relata Becker. “Com a entrada no mercado de produtos com tecnologia chinesa, ainda não utilizada em larga escala, a concorrência no setor, atualmente dominada por produtos alemães e espanhóis, deve aumentar.”
Matriz gaúcha
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel), o RS conta atualmente com 50 empreendimentos de energia eólica em operação, correspondente a 1.300 MW de potência instalada, o que representa perto de 15% da matriz energética gaúcha. Esse montante corresponde a 19% da capacidade eólica instalada do país, de aproximadamente 7.000 MW.
Em capacidade instalada, o RS é o 2º estado no ranking, seguido por Ceará e Bahia. O estado com maior representatividade é o Rio Grande do Norte, com 2.190 MW em operação. A fonte eólica representa aproximadamente 4% da matriz energética brasileira, com uma evolução de 3,6 pontos percentuais no período de 12 meses.
Empreendimentos cadastrados de energia eólica:
Estado Projetos Oferta (MW)
Bahia 243 6.050
Ceará 95 2.320
Maranhão 25 930
Paraíba 13 382
Pernambuco 12 314
Piauí 46 1.333
Rio Grande do Norte 184 4.333