RS concorre com apenas uma PCH no leilão desta sexta-feira, mas conta com 73  projetos à espera de licenciamento ambiental

PCH Vale do Leite está sendo construída pela Certel no rio Formoso

Um dos estados pioneiros no país em Pequenas Centrais Hidrelétricas ( PCHs), o Rio Grande do Sul deverá participar do Leilão A-5, para contratação de energia nova, na próxima sexta-feira, com apenas um projeto cadastrado.  Trata-se da PCH Vale do Leite, de 6,4 MW, inscrita pela Certel.

Roberto Zuch, presidente da agPCH, informou que  quatro projetos foram cadastrados na EPE, mas apenas um foi habilitado. “Lamentamos não poder participar com um maior número de projetos, dada a tradição do estado na fonte hídrica”, afirmou. “Temos uma boa  quantidade de projetos de PCHs, mas nem sempre os trâmites de licenciamento coincidem com os prazos da EPE para cadastramento”.

Roberto Zuch

Na visão de Zuch, para que o RS continue a manter uma participação como a alcançada em maio último, no leilão de energia nova A-4, quando emplacou três PCHs, no equivalente a 47,3 MW, é preciso manter uma quantidade de projetos com licenças aptas para cadastramento em leilões.

Custo

“O empreendedor tem datas marco para viabilizar projetos nos leilões no que se refere ao cadastramento, e isso gera um custo burocrático de habilitação”, diz  Zuch. “Ocorre que se ele estima não ser possível alcançar a licença até essa data-limite, ele evitará esse custo de cadastramento desnecessário”.

Hoje, segundo dados da agPCH, existem  73 projetos no RS aguardando LP/LI da Fepam, o equivalente a 328MW e investimentos de cerca de R$  2,5 bilhões. De estudos em andamento para protocolar no órgão ambiental  são 78 processos, de 618MW, ao total, com investimentos de outros  R$ 4.5 bilhões.

Potencial da fonte hídrica no RS é de 1.277 MW

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o estado conta com 60 empreendimentos, de 725 MW, ao total, de estudos em andamento. Outros 42 projetos, de 552 MW, são de aproveitamentos identificados para estudos. Já o potencial apurado pela agência é de 1.277 MW, o equivalente a R$ 9 bilhões em investimentos.

“ O fato é que o RS é um expoente na fonte hídrica do país e para mantermos essa tradição precisamos, com o apoio do Estado, viabilizar uma quantidade de projetos com documentação completa para que o empreendedor se habilite aos leilões de energia”, diz Zuch. “Temos convicção que o RS tem empreendedores interessados e capacidade para voltar a ser protagonista da fonte hídrica nos próximos leilões, e estamos trabalhando para isso”.

Hoje, no RS, existem 116 PCHs e CGHs em operação, perfazendo uma potência total de 738,5 MW. Cinco  PCHs , no equivalente a 62,8 MW, estão em construção, e outras 13 unidades em fase de construção não iniciada, referente a uma potência de 182 MW.

 

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