RS conta R$ 5,8 bilhões de investimentos em centrais hidrelétricas em tramitação na Fepam, diz agPCH

PCH Cazuza Ferreira/Divulgação

O Rio Grande do Sul conta hoje com 69 projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas ( PCHs), aguardando a emissão de LIs ( Licenças de Instalação)  e LPs ( Licenças Prévias),  com total de 359,44 MW de potência a ser instalada, equivalente a um investimento de cerca de R$ 2,4 bilhões.

Além disso, foram emitidas 69  Declarações de Aprovação do Termo de Referência para Elaboração de EIA/RIMA  (DTREIAs), que deverão ingressar na Fepam nos próximos meses para solicitação de LPs, com potência total de 524,3MW, correspondente a investimentos de R$ 3,4 bilhões, segundo levantamento da Associação Gaúcha de Pequenas Centrais Hidrelétricas (agPCH).

RS como protagonista
Roberto Zuch, presidente da entidade, destaca que essa estimativa de investimentos, de R$ 5,8 bilhões, considera apenas empreendimentos de fonte hídrica, o que representa uma forte possibilidade de o estado voltar a ser um protagonista, no país, no desenvolvimento de energias renováveis.

Para Zuch, um dos motivos pelo represamento dos investimentos em PCHs, no RS, está relacionado às dificuldades enfrentadas pelos empreendedores nos processos de licenciamento ambiental  que enfrentou uma série de dificuldades devido à pandemia, como a impossibilidade de vistorias, a necessidade de regulamentação para audiências públicas  de forma virtual, entre outras.

 

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Roberto Zuch

Em parte, segundo ele, o empecilho foi atenuado graças ao workshop de licenciamento para fontes hídricas, realizado pela Fepam e incentivado por representantes da entidade. “Foi uma iniciativa oportuna do órgão que atraiu uma excelente adesão  de consultorias, empreendedores e demais agentes do setor”, acrescentou.  “Neste momento estamos trabalhando com a perspectiva de começar a colher bons resultados, de forma a tornar o processo de análise e licenciamento mais eficientes e ágeis”.

“Quem ganha é o próprio estado se conseguirmos maior vazão às licenças de novos empreendimentos que representam  mais empregos e desenvolvimentos às comunidades locais, provenientes, exclusivamente, de investimento privado”.

Sobre a conjuntura do setor, o empresário avalia que os leilões continuam sendo uma oportunidade para a comercialização e ancoragem de pelo menos parte da energia de alguns empreendimentos. Todavia salienta que o setor em geral cada vez mais analisa a viabilidade dos empreendimentos no mercado livre, o que considera uma tendência cada vez mais forte.

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No caso das CGHs até 5MW, ele cita o mercado da Geração Distribuída que apresenta “excelentes oportunidades”, em especial para quem conseguir avançar ao longo de 2022, devido a mudanças incluídas  no novo marco legal do setor, que trouxe uma série de novidades como o aumento escalonado do pagamento pelo uso do fio a partir de 2023.

Já em relação ao aumento dos insumos relacionados com os empreendimentos de PCHs, Zuch diz que os mais prejudicados  foram aqueles que já haviam comercializado a sua energia e comprometido a entrega baseado em um cenário de avaliação. “Esses tiveram de enfrentar uma mudança drástica no meio do caminho devido à falta de insumo que pressionou os preços gerando um efeito inflacionário totalmente desproporcional”.

Insumos

A tendência, de acordo com o líder do setor de centrais hidrelétricas no RS, é de os preços voltarem a patamares abaixo do ápice do desabastecimento e seguirem atrelados a um cenário de inflação. “Será esse novo quadro que irá refletir-se nos novos valores de comercialização de energia que serão necessários para viabilizar esses empreendimentos”, avalia.

Mas mesmo com as oscilações nos preços dos insumos e de novos cenários macroeconômicos que o investidor terá de enfrentar, Zuch mantém seu ponto de vista de que as PCH’s e CGH’s seguem sendo excelentes investimentos. “Não é uma tarefa simples e rápida”, sustenta.

“É necessário uma boa dose de paciência e, principalmente, resiliência para percorrer todo o caminho desde a identificação de um potencial até a entrada em operação. São diversas etapas que demandam profissionais experientes e com profundo conhecimento do setor, com equipes multidisciplinar nas áreas de engenharia,  comercial, ambiental, regulatória, entre outras”.

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