RS participa com 107 projetos que somam 3.369 MW no leilão A-6

Silvio Marques Dias Neto, presidente da Ouro Negro Energia/Foto/Divulgação

O  Rio Grande do Sul deverá participar do próximo leilão A-6 (entrega com prazo de seis anos) com 107 projetos totalizando 3.369 MW. A Empresa de Pesquisa Energética cadastrou 1.080 projetos, totalizando 57.959 MW de capacidade instalada para o leilão de energia nova A-6 deste ano, que está previsto para ser realizado em 31 de agosto e contará com projetos das fontes eólica, hidrelétrica e termelétrica a biomassa, carvão e gás natural.

Do total de projetos, 67% optaram por aproveitar o cadastramento oriundo do Leilão A-4 realizado em abril. Estes projetos foram dispensados da reapresentação da totalidade dos documentos, desde que mantidas inalteradas as características técnicas.

De acordo com a EPE, este processo de aproveitamento de documentação vem sendo empregado nos últimos anos, e significa uma otimização do processo de análise técnica, diminuindo a necessidade de retrabalho e aumentando a eficiência do processo, tanto para os empreendedores quanto para a  EPE, o que permite um cronograma mais enxuto para o leilão.

A fonte eólica é a que mais cadastrou projetos com 926 empreendimentos, ou cerca 85% do total, que somam 27 GW em capacidade. As térmicas a gás natural são 36 plantas e uma capacidade de 27,6 GW. A terceira fonte que está na casa do GW em termos de capacidade é a de térmicas a biomassa, com pouco mais de 1 GW espalhados em 25 projetos.

Do RS irão participar 99 projetos de energia eólica, correspondentes a 2.681 MW, um de UHE de 35 MW; cinco PCHs, em um total de 48 MW; cinco CGH, em um total de 5 MW e uma térmica a carvão, correspondente a 600 MW, denominado Usina Ouro Negro.

Um dos mais ambiciosos projetos do país, de geração de energia elétrica a partir do carvão mineral, a usina terá uma potência instalada de 600 MW e vai demandar investimentos de U$$ 1 bilhão. O prazo de conclusão das obras é estimado entre quatro e cinco anos. Somente na fase de construção, a empresa deverá gerar três mil empregos diretos e, em operação, cerca de 500.

Em 80 hectares de uma área de 270, no município de Pedras Altas, o complexo industrial a ser construído pela empresa Ouro Negro Energia, Segundo Silvio Marques Dias Neto, presidente da empresa,  prevê a instalação de linhas de transmissão, uma barragem no arroio Candiota e uma unidade de beneficiamento a seco do carvão. A energia será transmitida ao Sistema Interligado Nacional (SIN) pela subestação da Eletrosul, em Candiota, localizada a oito quilômetros do empreendimento. A principal acionista do empreendimento é a empresa chinesa Sepco1 (Shandong Eletric Power Construction Corporation), subsidiária da Power China.

LTs são de importância crucial para os projetos gaúchos

O empresário Ricardo Pigatto lembra que no leilão de 31 de agosto de 2018 se cadastraram 57 GW. Em eólicas foram 27 GW, dos quais 87% do nordeste e apenas 9,9% (2,6 GW) do RS, sendo que o estado detém mais de 40% do potencial eólico do Brasil.

Em PCHs e CGHs, foram cadastrados projetos correspondentes a 980 MW, dos quais apenas 53 MW do RS. Menos de 25% do estado de Goiás e menos de 50% de Santa Catarina “Dado a esses números, podemos perceber que o RS precisa desenvolver estratégias institucionais para ser mais ativo e presente nos leilões de energia, afirma Pigatto.

Mesmo que nos leilões A-6, o atraso na implantação das linhas de transmissão da Eletrosul não seja um fator impeditivo para habilitação, sua importância é crucial para a efetiva participação no leilão. Isso porque existe o risco de a empresa geradora de não entregar a energia por não haver escoamento. Por isso, é imprescindível apressar o processo de criação da SPE, entre Eletrosul, Shanghai Electric e o Clai Fund, acrescenta.  “A demora nesse processo causa um desestímulo à participação no leilão”.

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