Com uma carteira de projetos estimada em cerca de 15 GW, de várias fontes de energia, equivalentes a cerca de R$ 80 bilhões em investimentos, o RS quer evitar possíveis restrições de escoamento, com a inclusão de novas de linhas de transmissão no planejamento do Organizador Nacional do Sistema (ONS). Este foi um dos principais assuntos do GT-Rio Grande do Sul – promovido anualmente pela instituição-, realizado nesta quarta-feira por meio da plataforma Teams.
Mais de 160 integrantes do setor elétrico nacional, incluindo representantes do MME, Aneel, EPE, de empresas estatais e do setor privado acompanharam os trabalhos, o que foi definido pelo diretor geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, como uma oportunidade de soluções de problemas e de desenvolvimento de negócios para as regiões. “Este é o papel do ONS”, pontuou.
Além da apresentação pelas empresas do cronograma de construção dos cinco lotes arrematados no leilão de transmissão da Aneel, de dezembro de 2018, que prevê a instalação de novas linhas de transmissão (LTs) e subestações de energia no RS, foi discutida a inclusão no planejamento do Organizador de novas linhas em áreas de potencial eólico que podem enfrentar dificuldades de escoamento por falta de conexão.
De acordo com levantamento de Eberson Silveira, diretor do Departamento de Energia da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema-RS), somente em energia eólica o estado conta com um potencial de 245 GW, a 150 metros de altura, outros 80 GW, a 80 metros, e mais 34 GW em energia offshore nas lagoas dos Patos e Mirim.
Daniela Cardeal, do Sindienergia-RS, assinalou que a entidade vem trabalhando na identificação de áreas de potencial eólico, as quais não estão contempladas no planejamento do Operador. “Esse é um trabalho de muitas mãos e deve reunir também o próprio ONS e a EPE”, acrescentou a executiva que deixou à disposição das duas instituições os estudos desenvolvidos até o momento pelo Sindicato.
Além dos cinco lotes arreatados em dezembro do ano passado, o RS deverá ganhar novas linhas de transmissão em leilão previsto para o dia 17 de dezembro deste ano. As novas linhas deverão reforçar o atendimento elétrico da Região Metropolitana de Porto Alegre e de cargas do Vale do Rio dos Sinos.
O ONS vem atuando, em conjunto com o MME e a Aneel, no âmbito do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), no sentido de viabilizar a entrada em operação dos empreendimentos apontados como prioritários para “garantir a operação segura e econômica do Sistema Integrado Nacional (SIN)”.