Sari confirma participação de projetos eólicos do RS nos leilões de energia previstos para junho e setembro de 2021

Parque eólico de Osório

Guilherme Sari, presidente do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS),  prevê a participação de projetos eólicos do estado nos leilões previstos para junho (A-3 e A-4) e setembro (A-5 e A-6) de 2021. “Vamos voltar a participar dos investimentos em energia eólica em um novo cenário do setor elétrico que traz importantes mudanças, como a questão da disponibilidade horária, bandeira tarifária e mercado livre como principal formato de contratação de energia”, afirma ele.

Com cerca de 7 GW de projetos eólicos com Licenças Prévias (LPs) e Licenças de Instalação (LIs), ele acredita que o número de projetos do estado pode até mesmo superar o volume de 1.939.7 MW cadastrados no 30º Leilão de Energia Nova para contratação de energia para o Ambiente Regulado (cativo), que ocorreu em 18 de outubro do ano passado.

Segundo o empresário, os empreendedores em energia eólica do RS recentemente voltaram a ter margens com a nova infraestrutura de conexão, em fase de obras,  que permitirá escoar uma grande capacidade de potência em aproximadamente  dois mil quilômetros de linhas de transmissão e subestações, com prazo de entrega, em sua grande maioria, no primeiro semestre de 2023. “O atraso nas obras de conexão prejudicou o estado que vê agora novas oportunidades para retomar aqueles projetos que ficaram suspensos”, diz ele.

“Muitos players estão de olho nessa nova infraestrutura de conexão do sul e, dependendo de alguns fatores, deve predominar a estratégia de direcionar os investimentos com uma parte no mercado regulado e outra no mercado livre para ter preços melhores. Esta é uma tendência”, pondera o presidente do Sindienergia do RS.

Grande parte dos projetos a serem cadastrados para os leilões de 2021  contempla regiões do RS, que passarão a contar com as novas linhas de transmissão, com destaque para regiões: Litorânea, Costa Doce, Campanha e Fronteira Oeste, projeta o empresário.  Somente o Lote 10,  vencido pelo Consórcio Chimarrão, com obras para a região do Escudo Rio-grandense, Litoral Sul e Costa da Lagoa dos Patos, que tem previsão de início de operação em 2022, irá permitir o escoamento de 6.475 MW de energia eólica.

O  líder das energias renováveis no RS  também prevê  uma disputa acirrada para os certames do próximo ano. “Como não tivemos leilões neste ano devido à pandemia da covid-19, certamente serão leilões muito disputados. A grande questão será sobre os preços e o apetite dos empreendedores, pois leilão regulado tem significado preços baixos”, diz.  “O crescimento do setor de renováveis é uma realidade, assim como a competitividade entre as fontes desse segmento”, pontua o empresário.

A contratação de novos parques, segundo ele, também irá mostrar uma nova realidade no âmbito do setor eólico nacional. Trata-se da mudança da potência nominal que estará presente nas próximas contratações de energia de empreendimentos eólicos. Isso envolve turbinas mais robustas a partir de 4MW, podendo chegar a 6MW, em comparação às atuais que, em média, atingem 2MW.

“Todo esse avanço tecnológico deve ser visto com bons olhos pelos técnicos frente a questões de licenciamento ambiental, uma vez que haverá uma diminuição de densidade de aerogeradores devido à elevação de potência unitária”, destaca. “Ainda há a questão logística que envolve essas grandes máquinas e pás que podem superar os 70m de comprimento, o que torna desafiador a movimentação desses componentes. Neste caso, o RS se destaca pelos acessos rodoviários e principalmente pela estrutura do Porto de Rio Grande”, acrescenta.

O empresário lembra ainda  de outro fator que pode influir na atração de investimentos para o RS  de projetos de energia eólica.  Recentemente, o estado aprovou a Resolução 433, do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), que envolve licenciamentos desses empreendimentos.

Uma das entidades que participou ativamente do processo de estudos e debates sobre as novas regras, o Sindienergia-RS avalia a ferramenta  como uma garantia  de segurança jurídica para a expansão do setor de energia eólica. “Foi uma verdadeira vitória para o setor que conseguiu aprovar, de forma unânime, um novo regramento que possibilita maior segurança nos projetos de energia eólica, respeitando um zoneamento ambiental e as regiões de diferentes níveis de sensibilidade ambiental”, enfatiza Sari.

“Desde a realização do zoneamento ambiental, sempre tivemos receio dos estudos que seriam exigidos, exatamente pela inexistência de um regramento claro e objetivo. Agora foi possível, por meio dessa resolução, aproximar muito mais esses estudos do ideal. Obviamente existem pontos de atenção que, em algum momento, serão melhor avaliados. Mesmo assim, foi uma grande vitória para o setor”, conclui o presidente do Sindienergia.

 

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