Serra gaúcha analisa alternativas para viabilizar a construção de um novo aeroporto regional

Crédito: Divulgação

A modelagem para viabilizar a construção de um aeroporto regional entre as localidades de Fazenda Souza e Vila Oliva, distante cerca de 30 quilômetros de Caxias do Sul, será analisada no próximo semana entre lideranças da região. A expectativa de criação de um turismo integrado da macrorregião da serra gaúcha, em paralelo ao potencial de demanda de passageiros e de carga, forma a base de sustentação do projeto inserido no Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional 2015-2030, elaborado pelo Conselho Regional de Desenvolvimento Regional (Corede-Serra).

Elaborado em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), o relatório detalha 60 projetos e 220 ações nas áreas de infraestrutura, desenvolvimento econômico, meio ambiente, planejamento urbano e serviços públicos, como saúde, educação. Para contemplar a execução de todas as ações até 2030 seriam necessários R$ 3 bilhões. Para efeito de comparação, o orçamento de Caxias do Sul para 2018 é de R$ 2 bilhões.

O documento completo pode ser acessado aqui

Corede Serra - Prioridades

Turismo integrado

Citando dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Pedro de Alcântara Bittencourt César, da Área do Conhecimento de Artes e Arquitetura e do Mestrado e Doutorado em Turismo e Hospitalidade, informa que cerca de 30% do movimento de passageiros do aeroporto Salgado Filho é oriundo da região nordeste do Rio Grande do Sul. “Uma parte é formada por turistas que visitam Gramado”, salienta. “O único aeroporto que há hoje não atende à demanda da região”, acrescenta, referindo-se ao de Caxias do Sul.

Conforme o estudo, a construção do aeroporto regional de Caxias do Sul requer algumas premissas, como a duplicação da Rota do Sol (que liga a serra à BR-101), a duplicação da BR-116 entre Caxias do Sul e Vacaria; duplicação da ERS-122 entre Farroupilha e São Vendelino e triplicação do trecho entre Caxias e Farroupilha e a duplicação da BR-470, entre Nova Prata e Carlos Barbosa. “O modelo para a construção do aeroporto pode ser tanto concessão, PPP, ou estudar uma outra alternativa”, sugere Mônica Beatriz Mattia, economista que coordenou o Plano Estratégico de Desenvolvimento 2015-2030.

Corredor econômico Caxias-Passo Fundo

Segundo ela, está em fase adiantada a formatação do Circuito Integrado de Turismo da Macro Serra Gaúcha, um ambicioso projeto que pretende vincular roteiros de Vacaria, Bom Jesus, São José dos Ausentes, passando por Gramado, Canela, Nova Petrópolis, Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. “Tem também Veranópolis e Protásio Alves”, diz Mônica, lembrando que há a ideia de transformar os cânions em um produto internacional.

Mônica Mattia não ignora o debate que haverá com o aeroporto metropolitano de Porto Alegre, mas está convicta: “Não abriremos mão de trabalhar fortemente em defesa do nosso projeto”. Segundo ela, “em algum momento (o projeto) já esteve na mesa do ministro dos Transportes, dois anos atrás, mas foi engavetado, possivelmente, tendo em vista a privatização do Salgado Filho”, disse. E complementa:

“Se conseguirmos montar uma nova argumentação para esse projeto vamos em busca de alternativas e correr atrás delas. Se for PPP, concessão ou outro modelo, vamos estudar a melhor opção e fazer as articulações necessárias”, comentou Mônica. Ela está empenhada também na criação de um corredor econômico no eixo Passo Fundo-Caxias do Sul, passando por Nova Prata, Bento Gonçalves e Farroupilha. O estudo prevê obras de duplicação da BR-470, construção de uma ponte entre Lajeadinho (Veranópolis) e Tuiuty (Bento Gonçalves), duplicação da RSC-453 entre Farroupilha e Garibaldi e triplicação da ERS-122, entre Caxias e Farroupilha.

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