Guilherme Sari, presidente do Sindicato das Indústrias de Energia Eólica do RS (Sindieólica –RS), avaliou como positivo o edital do leilão de linhas de transmissão, marcado para o dia 20 dezembro, na Bovespa, que inclui os lotes que pertenciam à Eletrosul cujo contrato de concessão foi extinto pelo Ministério de Minas e Energia em 1º de novembro.
“O antigo lote A arrematado pela Eletrosul era grande e complexo de ser resolvido”, avaliou Sari. “Isso se confirma com a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de fatiá-lo em cinco lotes, o que deve atrair os grandes players do setor, o que é favorável para o RS”.
Vital para os empreendedores de energia eólica no estado, a instalação das 17 novas linhas de transmissão poderá permitir o deslanche de 7 GW de projetos em diferentes estágios de licenciamento na Fepam, correspondente a cerca de R$ 30 bilhões de investimentos.
“Trata-se de um número expressivo de empreendimentos que podem avançar a partir da conclusão das obras das linhas de transmissão e ajudar o RS a retomar o seu lugar no ranking de geração eólica no país”.
Sari acredita que o prazo estabelecido para as instalações, após a assinatura dos contratos, estimada para março de 2019, em até 60 meses para o lote 14, um dos mais importantes para o setor eólico, que tem investimentos previstos de R$ 1,2 bilhão, e de 48 nos quatro demais, tem boas chances de ser reduzido. Além do fato das obras atraírem vários investidores privados, a Aneel autorizou o repasse da titularidade das licenças ambientais emitidas para a Eletrosul, mediante reembolso de R$ 143,8 milhões já investidos nas obras e que depende de negociações de forma bilateral entre a estatal e os novos responsáveis pelos empreendimentos.
“Existem grandes diferenças entre empresas estatais e as privadas que devem participar do certame. Por isso, nossos associados estão otimistas com os prazos das obras que devem ser concluídas até 2022”. (Além da Engie Brasil, a State Grid Brazil Holding, empresa de origem chinesa pertencente ao grupo State Grid Corporation of China, que está no Brasil desde 2010, atuando no setor de transmissão de energia confirmou à Modal a sua participação no próximo leilão de transmissão – nº4/2018).
Sobre os entraves aos projetos de energia eólica no estado, Sari se mostrou otimista com o objetivo da Fepam de definir novas regras de licenciamento tal como as que foram adotadas para as PCHS e CGHs. “A questão ambiental deve ser apenas mais uma etapa nos negócios de eólicas no estado, assim como os investidores, as linhas de financiamento e o câmbio, e não como um gargalo que acaba mobilizando muito tempo, como atualmente”, observou.