Sindieólica-RS prevê incremento no número de projetos locais para o Leilão A-6

Com a alteração da data do Leilão A-6 de 26 de setembro para 17 de outubro e a respectiva ampliação do prazo para cadastramento de projetos até as 12 horas de 11 de junho de 2019 junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Rio Grande do Sul terá a oportunidade de ampliar a sua participação no número de empreendimentos de energia eólica, afirmou Guilherme Sari, presidente do Sindicato da Indústria de Energia Eólica do Rio Grande do Sul (Sindieólica-RS).

Um fato novo para o RS no leilão de outubro, segundo Sari, se deve à perspectiva da margem de conexão que cria melhores possibilidades para os investidores, seja no leilão regulado ou no mercado livre. “Essa é a visão que percebemos. Com o novo prazo de cadastramento e habilitação existe uma tendência mais positiva devido à margem de conexão assegurada pela implantação de novas linhas de transmissão”, disse.

Leilão A-6 deve reunir 50 Giga de projetos
A expectativa do Sindieólica-RS é de que o leilão A-4, de junho, será fraco devido à insuficiência de demanda para contratar. Sua confirmação, no entanto, é considerada importante pelo planejamento realizado e expectativa de manutenção do calendário de contratação de energia definido pelo governo. Já no A-6, de outubro, segundo Sari, haverá uma contratação considerável e a disputa deve ser muito pesada. “Esse leilão deverá reunir pelo menos 50 Gigawatts de projetos de energia, grande parte eólico e solar, dos quais o RS deve participar com uma potência maior cadastrada”, afirma.

De acordo com o empresário, o prazo anterior para cadastramento de projetos do Leilão A-6 era muito restrito, de apenas nove dias úteis. Ele nota que os empreendedores que se cadastraram para o Leilão A-4, de 27 de junho, aproveitaram também para se registrar no A-6, mas para os que não participarão desse leilão todo o processo deveria partir do zero. E com o prazo anterior haveria pouco tempo disponível. “Obviamente que os empreendedores precisavam ter no planejamento o empreendimento alinhavado para ter tempo hábil de, mesmo com a prorrogação, conseguir viabilizar o cadastramento de toda a documentação”.

A vantagem do Nordeste
Para o titular da Sindieólica-RS, a participação dos projetos gaúchos nos leilões de energia ainda é complicada porque os preços estão muito baixos. (Segundo a EPE, tomando como base o resultado do leilão A-6/2017, em que foram contratados 692 MW médios de projetos eólicos, o preço médio comercializado resultou em aproximadamente R$ 99/M Wh, o que representa cerca de US$ 31/M Wh, considerando uma taxa de câmbio de R$ 3,21/US$, referente a janeiro de 2018. O leilão A-4/2018 registrou os menores preços, porém foi contratada energia de apenas quatro empreendimentos, de um mesmo empreendedor, mostrando que tal resultado não pode ser visto necessariamente como representativo). “Além disso, os projetos do Nordeste contam com a vantagem da infraestrutura. Os fabricantes da cadeia setorial estão lá assim como grande parte dos principais investidores”, diz.

“A questão a ser entendida é que o RS volta a ter margem de conexão e projetos com bom potencial eólico que, se somados com a conexão próxima, valorização de preço no submercado e políticas de governo atrativas podem atrair estes players do setor”.

Mercado livre
Outro passo dos empreendedores do Sul é a mudança de contratação, pontua o empresário. Ele lembra que as grandes empresas de geração que atuam com fundos de investimentos precisam construir e isso deve acontecer com parte no mercado regulado e parte no mercado livre. “E o que vemos é que, no Sul, o mercado livre é mais atrativo em preço. Tanto no Sul como no Sudeste, os submercados têm preços maiores por questão de carga (centro de consumo), baseados na presença de grandes indústrias e de empresas que compram energia”.

Leilões regionais
Outra variável na estratégia de atuação dos empreendedores gaúchos de energia eólica é a batalha a favor dos leilões regionais por fontes de energia. “Entendemos que o leilão regional não será corriqueiro. Vai acontecer eventualmente. Não irá servir apenas para uma fonte, mas também para outras a fim de ganhar força e importância. O RS terá maior atuação em fontes como a hídrica, eólica, biomassa e térmica a carvão. Já o Sudeste deverá ter maior penetração na solar, hídrica, biomassa e térmica a gás”.

Missão ao exterior
Bastante envolvido em sua atividade profissional – além de presidente da Sindieólica-RS, Sari é diretor comercial da DGE Soluções Renováveis que lida atualmente com 6GW em projetos de energia eólica e solar – ele encontra tempo para organizar uma agenda, junto com o governo do estado, Fiergs e Farsul, para uma missão ao exterior a fim de captar empresas de grande porte que atuam no setor.

Marcada para o período de 4 a 9 de novembro deste ano, a delegação que contará com a participação do governador do estado, Eduardo Leite, deverá visitar as cidades-sede de fabricantes de componentes de energia eólica, o que inclui o segmento offshore,  em que o estado detém um potencial  para o oceano de 110 GW para lâminas d’água de até 50 metros e de 40 GW, a 100 metros de altura para as três principais lagoas  – dos Patos, Mirim e Mangueira.

“O RS conta com uma vantagem importante para a atração desses investimentos que é o Porto de Rio Grande”, diz Sari, que pretende recuperar o tempo perdido do RS nesses últimos anos  em relação à cadeia setorial.  Um fator que, em certa medida, é um os principais trunfos dos projetos do Nordeste, atualmente na liderança dos parques eólicos no país.

 

 

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