Search
Close this search box.

Solled Energia prevê uma “corrida do ouro”, na GD, para obter parecer de acesso antes da publicação da nova norma pela Aneel

Mara Andrea Schwengber, sócia-proprietária da Solled Energia Foto/Divulgação

Mara Andrea Schwengber, sócia-proprietária da Solled Energia, de Santa Cruz do Sul, uma das empresas pioneiras no país em energia fotovoltaica, ao comentar a decisão da Aneel  sobre a revisão das regras para mini e microgeração distribuída, previu uma verdadeira “corrida do ouro” para obter o parecer de acesso antes da publicação da nova norma prevista para 2020, o que dará direito ao consumidor de permanecer no cenário atual até 2030. “Após a sua publicação deve haver uma queda significativa na demanda, principalmente no autoconsumo remoto que permite ao consumidor instalar seu sistema gerador em local diferente do local de consumo”, acrescentou.

Para a empresária, a decisão da Agência representa um retrocesso para o GD no Brasil, país que ainda não tem representatividade na matriz energética. “Entendemos que essas mudanças deveriam acontecer em um segundo momento quando realmente tivermos uma representatividade maior”, assinala.

Ela acredita que após o fim dos subsídios ao setor, o retorno do investimento para geração junto à carga será menos atrativo, mas ainda será viável. Já o autoconsumo remoto ficará com sua viabilidade comprometida. “O autoconsumo remoto será o primeiro e o principal modelo a ser afetado, mas a geração junto à carga também sofrerá uma alteração significativa de payback”, afirma Schwengber que pretende fazer um exame mais claro desses  números.

Sobre os cenários do setor, ela estima que a nova norma deverá provocar uma redução de 80% no mercado, de demissões e encerramento de empresas.

Sobre a judicialização da questão, ela entende que ainda precisa ser avaliada. “O setor está se movimentando e pedindo ajuda da sociedade em uma mobilização chamada de #taxarosolnao no sentido de que, primeiramente, o cliente que já tenha usina instalada permaneça com o direito adquirido por 25 anos, conforme o próprio diretor da Aneel anunciou, em janeiro de 2019, em entrevista gravada.  O segundo ponto é de manter o cenário zero para a geração junto à carga, lembrando que atualmente o  maior número de usinas no Brasil são residenciais, o que não gera o impacto desenhado pela Aneel”.

Para a empresária, que também atua como diretora regional da ABGD, a posição da Aneel surpreendeu o mercado negativamente porque não foram consideradas as informações coletadas em consulta pública e a própria Aneel, sem justificativas palpáveis, mudou seu posicionamento de maneira radical a favor das grandes distribuidoras e grupos econômicos. E contra o consumidor.

A decisão da Aneel, conforme a empresária,  não tem fundamentação, pois a metodologia divulgada na primeira fase e comprovada pelos resultados matemáticos demonstra que o cenário zero deveria ser mantido. “Durante o período de análise da consulta pública, de maneira duvidosa, a Aneel mudou  a metodologia sem embasamento e sem a devida divulgação da maneira que foi considerada, impossibilitando contribuições. Entendemos, portanto, que foi arbitrária e unilateral. Além disso, o fator de emprego e renda não foi considerado em nenhum momento”.

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Publicidade