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Tendência mundial pelas renováveis deve turbinar fundo do BRDE para energia eólica, diz Magadan

Telmo Magadan (E) e seu sócio Daniel Moraes

Um dos pioneiros na instalação de parques eólicos no Rio Grande do Sul por meio de uma parceria com o grupo espanhol Elecnor, que viabilizou a construção do complexo de Osório, de 150 MW, à época considerado o maior em geração de energia da América Latina, o empresário Telmo Magadan acredita que o estado é a “bola da vez” para os investidores em energia eólica no país.

Apesar de um histórico recente que deu ao nordeste a liderança no ranking no setor, ele acredita que existe uma série de fatores capaz de reverter a atual situação. Além da nova capacidade de conexão, que o estado deve ganhar a partir da conclusão das obras novas das linhas de transmissão, Magadan cita o fato de que os ventos do extremo sul do país são “excelentes”, o que se soma à infraestrutura que viabiliza uma logística de transporte superior ao nordeste.

Com o anúncio de criação de um fundo de financiamento de R$ 200 milhões por parte do BRDE – uma ideia lançada pelo próprio Magadan em reunião do Sindienergia-RS, em 30 de janeiro deste ano, com o secretário Artur Lemos –  ele acredita que o setor eólico local deverá ingressar em uma fase auspiciosa de olho na expansão do mercado livre de energia.

“A minha experiência na criação de fundos mostra que, mesmo que você inicie com um valor menor, se o seu objeto conta com toda essa atração que é a energia renovável, é um bom começo”, afirma.

Sócio-diretor da Brain Energy-Energias Renováveis, empresa gaúcha de empreendimentos eólicos e solares, com sede em Porto Alegre, Magadan cita o plano de investimentos de US$ 2 trilhões do candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, para zerar as emissões na geração de energia nos próximos 15 anos, como exemplo de que a tendência pelas renováveis é irreversível. “Estamos falando da saúde do mundo e na medida em que um fundo se define com seus objetivos claros, certamente irá agregar outros fundos.”

Seja o BRDE o gestor ou outro que for nomeado, ele terá o papel desafiador de angariar fundos nacionais e internacionais, porque é assim que funciona. Nem todos os fundos operam com dinheiro próprio, existem outros que se somam em um pool que irá aumentar a capacidade de financiamento de forma exponencial, acrescenta.

“Você pode trazer o BID, o Bird, os fundos europeus, fundos internacionais exclusivos para a questão ambiental.Tendo o instrumento do fundo, você pode desenvolvê-lo e torná-lo importante”.

Sobre os cenários da Brain Energy, Magadan conta que a empresa continua operando normalmente, mesmo na atual fase da pandemia. Entre os seus projetos, ele cita o parque eólico de 600 MW, previsto para Tapes, voltado para o mercado livre e que se encontra em “processo avançado em seu cronograma”.

Estamos bem otimistas com o mercado livre de energia que deve deslanchar pós-pandemia”, afirmou.

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