Tradener mantém cronograma de obras das PCHs Gameleira e São Bartolomeu e prevê início de geração ainda neste ano

Walfrido Ávila, presidente da Tradener

Ainda neste ano, a Tradener, de Curitiba (PR), primeira comercializadora do país a entrar em operação no mercado livre, deverá agregar mais 26 MW à sua capacidade de geração hídrica. Em setembro, a empresa acionará a PCH Gameleira, de 14 MW, e, em dezembro, a PCH São Bartolomeu, de 12MW. Ambas localizadas no município de Cristalina (GO), distante 131 km de Brasília.

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PCH Gameleira- vista geral

Com obras iniciadas em abril e junho de 2021, respectivamente, elas irão completar 19 meses de construção, o que representa um novo recorde da Tradener, segundo seu presidente Walfrido Ávila. “Estivemos nas obras da PCH Gameleira no último fim de semana e constatamos que o cronograma está sendo cumprido à risca”, acrescentou. “A  PCH São Bartolomeu também está com obras adiantadas e deve gerar em dezembro”.

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PCH Gameleira- jusante com o rio desviado

Dona de duas outras PCHs – Rondinha, de 9,6 MW, em sociedade com a Celesc, e Tamboril, de 15,8 MW,  e em fase de projeto de mais três- , a Tradener é das empresas de energia, no país, que vem mantendo investimentos em PCHs como estratégia de portfólio.

PCH Gameleira-montagem das turbinas

Ávila não tem dúvidas de que as centrais hidrelétricas podem ser construídas por aqueles que têm capacidade financeira e técnica e não somente por empresas como a Tradener. Essa alternativa, segundo ele,  pode servir inclusive  para a criação de pequenos geradores e contribuir para a matriz energética brasileira. Todavia, segundo ele, essa não é a ideia do que está sendo norteado no país.  “Hoje, a PCH é tributada em 50% somente na construção, enquanto a eólica e a solar têm seus equipamentos importados com imposto zero”, acrescenta.

O empresário não concorda com a análise segundo a qual as PCHs estão sendo preteridas nos leilões e no mercado livre devido ao seu custo. “ São os impostos que elevam os custos das PCHs, além das taxas que os empreendedores são obrigados a pagar antes de gerar”, avalia. “Além disso, são as centrais que garantem a geração do sistema, na medida em que a solar e a eólica são sazonais”.

Ilhas de riqueza
Para Ávila, os resultados dos leilões refletem “uma competição em que alguns ganham, mas que não tem nada a ver com o preço da energia”.  O certo é retirar os impostos e taxas das centrais hidrelétricas, acrescenta.  “Isso iria contribuir para  a instalação de ilhas de riqueza em todo o país, que é como chamo as PCHs, dado ao potencial de incremento de IDH nos municípios em que são instaladas”.

Com um total de 301 MW de projetos de implantação de parques eólicos, a Tradener  está na expectativa de uma conjuntura  econômica mais adequada para os investimentos. “Os projetos –  Chicolomã, de 90 MW, e Gran Sul, de 211 MW- , estão rigorosamente prontos à espera de melhores condições de mercado e da economia”, diz Ávila. “Estamos enfrentando uma conjuntura adversa para investimentos, com uma inflação mundial que levou às alturas os preços dos equipamentos e, no Brasil, com altas taxas de juros”, diz. “Então, é hora de esperar”.

Perfil dos investidores em energia solar
Mesmo diante da incerteza da economia, a Tradener  vem acelerando seus contatos com investidores de energia solar fotovoltaica. Com um total de 1.500 MWp  adquiridos junto ao mercado, em que a empresa fornece o PPA e os empresários fazem os investimentos, a empresa engatilhou novos contatos que devem ser consolidados “assim que as condições melhorarem”.

Ávila sustenta que mudou o perfil dos investidores em energia solar. “No começo da fonte no Brasil, houve uma forte onda,  mas poucos em condições de bancar. Hoje encontramos investidores mais qualificados, mais poderosos, que estão vindo para o mercado junto com a Tradener, o que cria um cenário promissor”, avalia. “Não há dúvidas de que houve uma profissionalização dos investidores em energia solar”.

Abertura de mercado

A uma pergunta sobre o interesse da Tradener em relação ao segmento de GD, Ávila afirmou que a Tradener não é partidária de políticas que dependem de subsídios e isenção de impostos. “Isso tudo pode acabar em um dia e quando isso acontecer o pessoal vai ficar reclamando”, assinala.  “E se abrir o mercado, vamos comercializar a um custo menor em comparação à GD. Por que não se abre o mercado?”

Para o empresário, o mais urgente no setor, no país, é a abertura do mercado que está na Lei 9.074. “Fala-se muito no PL 414/2021, mas a abertura de mercado existe desde 1995 com a promulgação da Lei 9.074, que estabeleceu para 2003 a abertura de mercado. Então, esse PL 414 é mais uma tentativa de mexer na lei 9.074”, afirma ele. “A Aneel deveria exercer o seu poder e abrir o mercado de uma vez”, sustenta.

 

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