Trinfo Concepa investiu R$ 1 bilhão em 18 anos de concessão

Foto: Cleiton Thiele/SerraPress

 Com um volume total de R$ 1 bilhão em investimentos ao longo de 18 anos de concessão, a Free Way, de 121 quilômetros, Osório-Porto Alegre, administrada pela Triunfo Concepa, é pioneira em uma série de inovações. Primeira concessão rodoviária federal do Rio Grande do Sul, ela detém um contrato de 20 anos, supervisionado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt), até julho de 2017.
Nesta entrevista a MODAL, Fábio Hirsch, gerente de engenharia e operações da Triunfo Concepa, faz um balanço das novas tecnologias utilizadas pela empresa e seus reflexos para seus clientes, ou seja, os usuários da rodovia. Acompanhe:

Quais foram as grandes contribuições da Concepa, na Freeway, em novas tecnologias?
Ao longo dos 18 anos de concessão, a Triunfo Concepa sempre investiu em novas tecnologias. A concessionária foi a primeira do país, por exemplo, a operar uma radio-estrada, a Radiovia Free Way 88.3 FM, acessada pelo site e o aplicativo da concessionária. Usamos também asfalto de borracha, em 2004. Fomos uma das primeiras concessionárias a aplicar essa técnica no país. Outra inovação é a utilização, desde julho de 2008, de energia limpa para transmitir dados da câmera de monitoramento, que fica no km 61 da Free Way.
Como esses equipamentos são alimentados? Os equipamentos são alimentados por um conjunto de painéis fotovoltaicos e uma turbina eólica, conectados a um banco de baterias. A energia solar e a força dos ventos, duas das principais fontes de energia limpa, possibilitam a transmissão das imagens em tempo real. Hoje nosso Centro de Controle de Operações atua com mais de 60 câmeras, que monitoram 85% do trecho, muitas delas disponíveis no nosso aplicativo para smartphones e no site. O uso do acostamento como faixa adicional na Free Way, na volta do litoral, também é outro exemplo que envolve tecnologia.
Outras inovações?
Podemos destacar também a criação do Observatório Quarta Faixa Free Way, um hotsite de informações sobre a obra, disponível no aplicativo e no site da empresa. Desde julho de 2014, quando foi lançado, registrou meio milhão de acessos. O Observatório nos rendeu, inclusive, o Prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) Regional 2015, na categoria Mídia Digital. A entidade premia anualmente as melhores práticas do país em comunicação corporativa. Outra inovação é o uso de equipamento importado do Chile para cepilhamento, também chamada de microfresagem, dos trechos em pavimento de concreto. Trata-se da única técnica disponível para o nivelamento superficial das placas de concreto. Com ela, os motoristas ganham mais conforto ao trafegar no trecho de 16 quilômetros de rodovia.
Quais os investimentos totais em tecnologia ao longo desses 18 anos?
É difícil levantar um número desse período, mas é importante destacar que a tecnologia sempre esteve nas prioridades da empresa. Somente nos últimos três anos foram investidos cerca de R$ 6,5 milhões em câmeras, contadores, fibra ótica e Data center, entre outros.
Quais os investimentos previstos para os próximos dois anos?
O principal investimento da concessionária no momento é a construção da quarta faixa da Free Way e obras complementares, cujo custo será de R$ 182 milhões, conforme Database de outubro de 2015. Com essa obra, a Free Way ganhará uma faixa adicional de 19 quilômetros de extensão, entre Porto Alegre e Gravataí. Além disso, mantemos nosso foco constante na manutenção e conservação da rodovia a fim de assegurar as melhores condições possíveis aos nossos usuários. O monitoramento da estrada também é algo no que investimos muito. Isso permite gerenciar o tráfego com agilidade para tomar as decisões certas no menor espaço de tempo possível.
Em termos de pavimentação, algum pioneirismo da Concepa no Brasil?
O nosso principal pioneirismo na pavimentação é o uso do pavimento de concreto, também chamado de cimento Portland ou whitetopping. Ele foi implantado em 17 quilômetros da Free Way, mais próximo ao litoral, em trecho da rodovia em que se diagnosticou a necessidade de substituir integralmente as camadas estruturais do pavimento. Foram feitos estudos com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que indicaram que era esta a melhor solução, evitando a necessidade de uma reconstrução total da pista. Com o Portland o motorista tem melhor visibilidade, principalmente à noite, e o veículo trafega com melhor aderência.
O que falta para a Freeway ser considerada uma rodovia inteligente?
Consideramos que a Free Way já é uma rodovia inteligente. Temos contadores de tráfego distribuídos ao longo de toda sua extensão, o que nos permite ter dados precisos de quantidade de veículos que circulam na rodovia em diferentes momentos. Muitos destes dados, inclusive, são disponibilizados aos usuários da estrada no próprio site da concessionária. Por meio desses contadores oferecemos em tempo real a quantidade de veículos que circula em diferentes pontos da estrada. Câmeras de monitoramento e alertas também estão disponíveis nesses canais, fazendo com que os motoristas decidam se é um bom momento para pegar a estrada e saibam que condições de trafegabilidade vão encontrar.
Outro exemplo?
Outro exemplo de que a Free Way é uma rodovia inteligente é o fato de usarmos em parte dela, desde o Carnaval de 2013, o acostamento como faixa adicional na volta do litoral. Além de todo um trabalho operacional feito em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, essa operação envolve recursos tecnológicos. Quando o acostamento é liberado como faixa adicional, uma série de painéis na estrada avisam os motoristas sobre a liberação. Há também outro projeto da concessionária a destacar neste sentido. Desde 2013 temos instalado no km 72 da Free Way, em Gravataí, um equipamento que conta o número de veículos passa na estrada, identifica qual o tipo de veículo e mede o peso dele. Para isso é usada a tecnologia Weigh-in-Motion (WIM), pesagem em movimento de alta velocidade. Os dados são levantados por meio de sensores piezelétricos, instalados no pavimento. Eles transmitem os dados por fibra ótica para um equipamento instalado em um pórtico na rodovia. Esse equipamento processa, grava e transmite os dados em tempo real para um banco de dados. O trabalho é feito em parceria com o Laboratório de Pavimentação da UFRGS.
O que existe de tecnologia no exterior e que ainda não foi usado no Brasil no setor?
O uso de cobrança de pedágio por quilômetro rodado ainda precisa avançar, pois as iniciativas que temos no país ainda estão no estágio de testes. É uma tecnologia usada intensamente em muitos lugares do mundo. Uma vez implantada no Brasil proporcionará um avanço importante na relação concessionária-usuário- poder concedente.
Cite as principais obras realizadas no período e respectivos investimentos.
Desde o início da concessão, podemos citar como principais obras a ampliação da plataforma da Free Way de duas para três faixas, e mais recentemente para quatro, entre Porto Alegre e Gravataí. Além disso, foram construídos viadutos e acessos a municípios, como em Eldorado do Sul e em Guaíba, passarelas, implantação de iluminação, entre muitos outros. Todas as melhorias feitas totalizam investimento de cerca de R$ 1 bilhão ao longo de 18 anos (Database outubro/2015).
Existe algum plano de investimento no caso da Concepa vir a renovar a concessão?
Até o fim do ano, o governo federal decidirá se pagará pela obra da quarta faixa da Free Way, ou se estenderá o período de concessão. Estas possibilidades estão previstas em termo aditivo ao contrato de concessão, publicado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) em abril de 2014. É uma decisão que cabe ao governo federal.

 

 

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