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Usinas novas e antigas – eficientes na mesma medida

PCH Ype; início de operações em 2017

Por  Daniel Faller (*)  e Pedro Masiero Jr. (**)

O século 21 traz intensas mudanças, principalmente relacionados aos rápidos avanços tecnológicos, conexão com internet, intercâmbio de dados e ganhos de eficiência. No setor elétrico, não é diferente, embora essas mudanças estejam apenas no começo. Na última década percebemos um aumento do número de fontes de energia interconectadas e as grandes discussões quanto a sua complementaridade para o Sistema Interligado Nacional.

A geração hídrica, predominante no Brasil, é a mais importante forma de regulação da disponibilidade de energia, mas ainda assim, muitos projetos sofrem com baixo desempenho e baixa previsibilidade da geração pelas mais diferentes causas. Por este motivo, entendemos que os processos inerentemente ligados às tecnologias atuais são capazes de melhorar o desempenho de usinas hidrelétricas e melhorar seu retorno de investimento,  sendo particularmente interessantes para PCHs e CGHs cuja operação é muito mais dinâmica.

Especialmente em momentos de instabilidade global, quando investimentos podem estar represados, ampliar a capacidade de geração sem novos empreendimentos torna-se particularmente estratégico. Mas não apenas isso. Ganhos de eficiência aumentam a receita e melhoram a amortização de empreendimentos, bem como geram maior vantagem para os ativos já amortizados, especialmente se consideramos que se trata de mais energia sem aumento de custo, ou seja, mais MWh para um mesmo custo de operação.

Cada usina é um caso particular, mas são muito comuns usinas que não conseguem gerar sua garantia física ou que geram muito abaixo do dimensionado em projeto. As causas mais comuns são, indisponibilidade operacional, indisponibilidade hídrica não natural, perdas de carga, rendimentos dos equipamentos aquém do projeto, rotinas de operação equivocadas, instabilidades na conexão e descargas atmosféricas, falhas de equipamentos, falta de manutenção ou outros problemas associados às obras civis e critérios ambientais, como perda de águas no circuito hidráulico ou necessidade de maiores vazões nos trechos de vazão reduzida. Cada uma dessas causas ou sua combinação afetam a eficiência de operação de uma usina, mas na maioria dos casos, alterações de processos, na gestão, reformas e recuperação de sistemas e um acompanhamento periódico e criterioso da operação resolvem a maior parte destes problemas com baixos investimentos.

Com a resolução dos problemas de eficiência, ou para aquelas plantas que já operam no seu nível de projeto, as novas tecnologias são grandes aliadas para o incremento das receitas. Mesmo as usinas mais novas e recentes ainda apresentam possibilidade de ganhos através da definição de rotinas operacionais mais racionais e eficientes, ou através da digitalização de seus processos.

Desde 2011, a HydroFall tem atuado com serviços de consultoria para melhoria do desempenho de PCHs e CGHs, agora em conjunto com a Lummi Energia trabalhamos no desenvolvimento de uma plataforma de avaliação energética para usinas existentes, através da qual é possível avaliar o histórico de produção de energia e adequar os parâmetros de operação da usina, visando melhorar a produtividade sem incremento de custos.

Essa ferramenta permite uma investigação mais detalhada dos eventuais déficits de geração, buscando um tratamento adequado para as causas de indisponibilidade ou ineficiência operacional, permitindo simular a usina toda ou em parte em ambiente virtual,  resultando numa gestão muito mais efetiva da manutenção e consequentemente reduzindo custos da operação.

Esse processo de melhoria da eficiência tem resultados diretos e facilmente perceptíveis com retornos positivos para usinas novas e antigas, sem limitações de aplicação.

Cedo ou tarde os mecanismos de revisão de garantia física serão retomados e os ativos serão precificados por sua efetiva geração, o que mesmo a longo prazo deve atingir os resultados de todo o setor de geração hidrelétrica do Brasil. Estar à frente desse processo significará um importante resultado financeiro.

(*)Diretor Executivo da HydroFall Consultoria

(**) CEO da Lummi Energia

 

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