Uso de reservatórios de água como energy storage

Gabriel Ritter

Por Gabriel Simioni Ritter (*)

Vivemos um período em que todos cidadãos brasileiros têm a esperança de sair da crise econômica que se arrasta ao longo dos últimos anos. Invariavelmente, o crescimento econômico está atrelado ao aumento do consumo energético e, consequentemente, a uma crescente oferta de energia.

Devido as abundantes riquezas naturais existentes no Brasil, podemos afirmar que se trata de um país com vocação energética, possuindo uma matriz de geração predominantemente renovável. Deste modo, visando à expansão energética temos que olhar todas as alternativas com bons olhos, entendendo as limitações existentes e, principalmente, extraindo o melhor das potencialidades de cada uma das fontes.

As fontes consideradas renováveis, tais como eólica, solar e hídrica, destacam-se na nossa matriz energética. Em decorrência do recente e significativo incremento das fontes intermitentes como eólica e solar, cresceram as buscas para soluções tecnológicas das diferentes formas que proporcionam o armazenamento de energia.

Atualmente, diversas pesquisas estão direcionadas para o desenvolvimento e uso de baterias, principalmente com tecnologia de íons de lítio ou de fluxo de ferro. Apesar de entender que as baterias se farão de grande importância para o sistema elétrico, é fundamental ampliar a discussão para a utilização dos reservatórios de água como energy storage. O Brasil possui excelente potencial hídrico não aproveitado; vasta expertise na construção de reservatórios para geração de energia hídrica e  sistema de transmissão de energia eficiente e bem planejado, que proporciona a complementaridade entre as diversas fontes energéticas.

As tragédias de Mariana e Brumadinho confundiram a opinião pública quanto ao uso de barragens, tratando-as genericamente como um iminente risco à vida a jusante. Entretanto, é imprescindível diferenciar as barragens que compõem os ativos de um empreendimento, para as quais seu projeto, construção e operação são elaborados e executados com as melhores técnicas disponíveis no mercado, das barragens de rejeito, que possuem mecanismos arcaicos de construção e operação, sendo tratadas como passivo para as companhias que as detêm.

Por fim, armazenar água é uma necessidade para a existência humana, seja para fins de energia, regularização da vazão hídrica, abastecimento humano e/ou para o lazer da sociedade a qual estamos inseridos. Portanto, precisamos aprender a planejar o uso dos nossos recursos hídricos, mapeando e avaliando as características dos mananciais, preservando aqueles considerados importantes para manutenção dos ecossistemas aquáticos e, de forma célere, impulsionar o uso dos recursos hídricos com construção de reservatórios.

Engenheiro ambiental (*)

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