Volta do encontro da Abrapch ao vivo provoca aumento dos espaços para a exposição de produtos e número de inscrições acima da expectativa

Museu Oscar Niemeyer (MON)

Os eventos ao vivo nunca foram tão esperados. Em um mundo crescentemente digital, cada vez mais são valorizados os contatos presenciais, a motivação adicional e a empolgação que esses momentos podem trazer. É justamente esse fator, além da relevância dos conteúdos programados que estão despertando uma demanda de inscrições, bem acima das expectativas dos organizadores, para a V Conferência Nacional de PCHs e CGHs, da Abrapch, marcada para os dias 24 e 25 de março de 2022, em Curitiba.

“Além da mudança de local – em vez do Parque Barigui utilizado nos anos anteriores, o evento desta vez será realizado no Museu Oscar Niemeyer (MON) -, tivemos de  ampliar duas vezes a área destinada às estandes para a exposição de produtos, sem falar na procura para participar do evento”, contou a MODAL Paulo Arbex, presidente da entidade.

Arbex citou também a discussão de “dois grandes temas” que  devem ampliar a atratividade do encontro:  o planejamento de longo prazo para o setor de centrais hidrelétricas, com a construção de 1.000 MW/ano de PCHs, desenvolvido em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME), e a questão dos usos múltiplos da água, que contará com a participação do Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional da Água ( ANA).

Crise hídrica
“Precisamos de uma solução para enfrentar as secas periódicas que ocorrem no Brasil “, diz Arbex. “A tal da crise hídrica é, na verdade, muito mais falta de caixa de água do que falta de chuvas”, acrescenta. “É muito fácil transferir as responsabilidade para São Pedro, quando ela é nossa. O fato é que o governo se deixou manipular pelos lobbys e limitou o avanço das duas maiores riquezas do Brasil: nossos recursos hídricos e a nossa energia limpa e econômica, com tecnologia 100% nacional”.

“São os reservatórios que podem garantir a segurança nos eventos climáticos de escassez”, completou.

pauloarbex

Paulo Arbex
Ainda na programação, além da abordagem sobre assuntos técnicos, a V Conferência Nacional de PCHs e CGHs deverá aprofundar a avaliação das novas regras da Geração Distribuída, de como funciona esse mercado, como operar, vantagens e desvantagens.

Em outros painéis estão previstos o debate sobre a questão do licenciamento ambiental para as PCHs, e a modernização do setor elétrico ,que inclui o PL 414/2021, originário a aprovado pelo Senado Federal, e o PL 1917/2015 que , entre outros pontos, cria a portabilidade da conta de luz para permitir aos consumidores optar entre diferentes fornecedores no mercado de energia elétrica.

Vantagem competitiva

Em seu discurso previsto para o evento, Arbex vai lembrar os bons tempos quando o sistema nacional de hidrelétricas interligadas nacionalmente foi desenvolvido no governo Juscelino Kubitscheck e teve continuidade nos governos militares. Na época, segundo ele, graças em parte a essa energia limpa, renovável e confiável  que permitiu um dos menores custos de tarifa do planeta,  o Brasil adquiriu enorme vantagem competitiva,  se industrializou, atraiu um volume imenso de investimentos externos, criou milhões de empregos e foi o país emergente que mais cresceu no mundo pelas três décadas que ficaram conhecidas como “anos dourados” e “milagre econômico” (1950, 1960 e 1970).

Demonização das hidrelétricas
A partir do final da década de 1980, entretanto, lembra Arbex, “começou o processo de demonização das hidrelétricas por entidades estrangeiras fortemente financiadas por fontes concorrentes e ONGs cujos doadores fazem parte das indústrias mais poluentes e de maior impacto ambiental do planeta. O resultado foi catastrófico” .

Com isso, do final da década de 1990 até hoje, a participação das hidros na matriz elétrica brasileira caiu 87% para 64,9%, tendo como principais consequências:  crise no abastecimento; aumento explosivo nas tarifas;   aumento explosivo  nas emissões de CO2 ;  instabilidade e insegurança no sistema;   incerteza no abastecimento; piora na  qualidade ambiental dos rios, diz Arbex.

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“Está mais que provado com dados, fatos e a história recente que o abandono das hidrelétricas foi desastroso para o país”, sentencia.

 

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