Bolognesi prevê para dezembro de 2017 início das obras da UTE Rio Grande

André Castro em reunião do Coinfra/ Revista Modal

Com início previsto para dezembro de 2017, as obras da UTE Rio Grande, de 1.280 MW, do grupo Bolognesi, serão executadas em 34 meses. Em outubro de 2020, iniciará a geração de energia de forma experimental e, em janeiro de 2021, no ambiente regulado (CCEAR), de acordo com o leilão A-5, de novembro de 2014, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Todos os equipamentos serão fornecidos pela  General Eletric (GE) que também será responsável pela construção da usina, em conjunto com a espanhola Duro Felguera. Integrado ao projeto, o Terminal de Estocagem e Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL), com capacidade de 14 MM m³ /dia, terá as suas obras iniciadas em julho de 2017, passando a operar a partir de abril de 2020.

A UTE Rio Grande deverá consumir cerca de 6 MM de m³/dia de gás natural e os restantes 8 MM m³ /dia serão ofertados ao mercado local ou em Santa Catarinas, por hidrovia.

O papel da Shell no empreendimento

  A Shell deverá encaminhar entre dois e três navios por mês a Rio Grande de GNL com descarga no píer da empresa, entre os terminas da Brasken e da Petrobrás. Um gasoduto de  8,5 Km de comprimento, de responsabilidade da Sulgás, com traçado iniciando no terminal de GNL, percorrendo áreas do Super Porto de Rio Grande e do Distrito Industrial do município transportará  o gás do navio até a usina.   Além de fornecer o GNL, a Shell deverá assumir um importante papel no empreendimento, como acionista ou investidora, informou o engenheiro André Castro, gerente de projeto da Bolognesi.

Renegociação com distribuidoras

Em reunião do Conselho de Infraestrutura (Coinfra), da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o executivo afirmou que o planejamento da empresa prevê para março de 2017 a emissão da Licença de Instalação (LI) do empreendimento pela Fepam.      Sobre o processo aberto pela Aneel em razão do não atendimento do contrato com as 36 distribuidoras de energia, previsto para janeiro de 2019, Castro explicou que 34 empresas já renegociaram o novo prazo, faltando apenas a CPFL e a Celesc.  “A renegociação ficou facilitada em razão da sobrecontratação de energia do setor, o que se deve à recessão econômica”, acrescentou.

Reestruturação do projeto

  Dependente de 60% dos custos em dólares e euros, o projeto de R$ 3,2 bilhões passou por um momento de dificuldades no acesso a linhas de financiamento devido à crise do Brasil. Além disso, o dólar que, na época do leilão, estava cotado a R$ 2,58, alcançou um patamar de R$ 4,12, o que encareceu fortemente o empreendimento. Entretanto, com a recuperação da confiança no governo e a postergação do início de suprimento em dois anos, o modelo técnico-econômico passou a demonstrar viabilidade em qualquer cenário de despacho, atestou Castro. “Estamos em plena reestruturação do projeto e os bancos já estão dispostos a negociar, o que nos permite avançar,” acrescentou. “Muitos equipamentos que seriam importados em dólar, estão sendo negociados com fabricantes nacionais. Além disso, estamos conseguindo otimizações fiscais com prefeituras e o governo local, o que deve melhorar em muito o orçamento do empreendimento em comparação ao ano passado.”

Benefícios locais

  Entre os benefícios do projeto previstos para Rio Grande, Castro lembrou que além da melhoria da qualidade do ar da região, a implantação da UTE e obras acessórias irá permitir a troca da matriz energética das demais indústrias instaladas no Super Porto de Rio Grande e Distrito Industrial por um sistema mais eficiente energeticamente e com maior sustentabilidade do que os utilizados atualmente, como cavaco/lenha, carvão e óleo, por gás natural advindo do Terminal de Regaseificação.

A conexão ao SIN (Sistema Nacional Interligado) será por meio da SE Povo Novo, em 525kV, numa extensão de 37 km com traçado majoritariamente paralelo ao canal de adução a ser construído pela Corsan.   Aproximadamente 3.600 empregos diretos serão gerados durante a fase de implantação e cerca de 10 mil indiretos. Na operação e manutenção da UTE e obras acessórias estão previstos 150 empregos diretos.

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