Até o dia 20 de abril o governo federal receberá contribuições, opiniões e críticas sobre o Plano Nacional de Logística (PNL) que contempla a movimentação de cargas que circulam no País pelos modais rodoviário, ferroviário, dutoviário, aquaviário (hidrovias e cabotagem), permitindo analisar as projeções de demanda e sua distribuição na infraestrutura de transportes existente e futura. O trabalho tem como horizonte o ano de 2025 e revela ser possível obter redução anual de 16% no custo total de transporte de cargas no período.
Além de propor soluções capazes de incentivar a redução dos custos, o PNL tem como objetivo incrementar o nível de serviço para os usuários, melhorar o equilíbrio da matriz, aumentar a eficiência dos modos utilizados para a movimentação das cargas e diminuir a emissão de poluentes.
Mais espaço para as ferrovias
Atualmente, com 1,5 trilhão de toneladas por quilômetro útil (TKU), as rodovias são responsáveis por 64% do transporte de cargas no Brasil. Já as ferrovias correspondem a um total de 18%, com 365 bilhões de TKUs. No cenário projetado pelo PNL, em 2025, o setor ferroviário será capaz de transportar até 31% de toda a produção nacional.
Além da redução de caminhões nas estradas, que passam a corresponder a 50% da carga transportada, há também uma diminuição dos custos logísticos de R$ 54,7 bilhões por ano para R$ 21,2 bilhões a partir de 2025. Outro fator importante é a redução das emissões de gás carbônico. Com a transformação da matriz de transportes, 19 milhões de toneladas de CO² deixarão de ser lançados na atmosfera a cada ano, cerca de 14% a menos do que no cenário atual.
30 mil km de gargalos logísticos
O PNL foi elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) com o apoio do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), além da participação de diversos entes públicos e privados. O trabalho, que está aberto para consulta pública foi realizado com base em pesquisas de origem e destino, dados amostrais de campo, estimativas e projeções de crescimento econômico, de produção agrícola e industrial e outros indicadores socioeconômicos.
Toda a malha de transportes foi georreferenciada e cargas foram divididas em quatro grupos: Granel Sólido Agrícola, Granel Sólido Não Agrícola, Granel Líquido e Carga Geral.
Redução de gargalos. Com mais de 30 mil quilômetros de extensão em gargalos logísticos no cenário atual, englobando basicamente rodovias e ferrovias, o PNL também aponta para o enfrentamento desse problema.
A conclusão dos projetos em andamento do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e os investimentos nas ferrovias concedidas possibilitam reduzir cerca de 20 mil quilômetros de gargalos logísticos em 2025, em sua maior parte no setor rodoviário.