Omega entra na reta final para o início das obras da primeira termelétrica do RS à biomassa de madeira picada

Desenho da UTE Cambará/Divulgação

A Omega Engenharia, de Porto Alegre, que atua desde o ano 2000 no setor de energia elétrica, marcou para meados do próximo ano o início das obras de seu primeiro empreendimento como investidora. Trata-se da construção da UTE Cambará a biomassa de madeira fina, de 50 MW, que ficará localizada a 20 quilômetros do município do mesmo nome.

Vencedora no leilão A-6, de dezembro de 2017, a obra irá demandar investimentos de R$ 300 milhões, com recursos captados por meio de financiamento externo e com complementação de bancos brasileiros, o que ainda está em definição. O empreendimento vai ser viabilizado por meio de uma parceria com a Urbana, uma empresa coligada ao grupo Moinho Estrela, de Canoas (RS).

Além da termoelétrica, será instalada uma linha de transmissão de 138 kV, de 43 km de extensão, do site até a subestação da RGE situada no município de São Francisco de Paula, onde será conectada ao Sistema Interligado Nacional.

A UTE deve iniciar a geração de energia em janeiro de 2023, mas a ideia é antecipar o cronograma para janeiro de 2022, dependendo das condições de financiamento,  relatou à MODAL Carlos Eduardo Trois de Miranda, diretor da Omega Engenharia.

A Fepam já emitiu a Licença de Instalação (LI) para a UTE, aguarda-se para breve a emissão da Licença Prévia (LP) para as obras da linha de transmissão.

Com contratos de venda de energia no Ambiente Regulado para 25 anos e tecnologia nacional, o projeto tem uma taxa de retorno “muito interessante”, devendo gerar cerca de 400 empregos diretos durante a fase da obra e 40 na operação.

Empreendimentos estruturantes

Miranda lembra que empreendimentos estruturantes como da UTE Cambará mudam o perfil de desenvolvimento de municípios a partir do incremento da oferta de emprego e demanda por serviços de qualidade.  Além dos investimentos, o projeto deverá viabilizar receitas entre RS$ 17 milhões e R$ 32 milhões por ano a cerca de 20 fornecedores de madeira da região, que inclui municípios como Jaquirana, Bom Jesus e São Francisco de Paula.

“Fomos levados para aquela região devido ao fato de que a madeira fina é abundante e com baixa utilização econômica, além de ser uma questão ambiental das serrarias que precisam esvaziar seus silos de resíduos do processo industrial para poder voltar a operar no dia seguinte”, lembrou o empresário.

Novas madeireiras e indústrias deixam de se instalar na região por falta de demanda e colocação para o resíduo, o que se soma ao das próprias florestas oriundo dos desbastes necessários para permitir o crescimento contínuo e otimizado das árvores, acrescentou. “Com a implantação da usina – o uso da biomassa é altamente contextual à região em que é utilizada-, vai ser possível dar um destino a esses resíduos e um incremento interessante de renda para toda a cadeia produtiva, além de ajudar na questão ambiental”.

Projeto de US$ 1,2 bilhão com GE

De forma simultânea ao projeto da UTE Cambará, a Omega está desenvolvendo projeto de uma termelétrica a gás natural, de 2 GW, no valor de US$ 1,2 bilhão, em conjunto com a General Eletric, em Lins (SP), que deve ser cadastrada para o leilão A-6 em 2020.

A usina, que deverá consumir 7 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ficará em uma área próxima ao Gasoduto Brasil-Bolívia.

Responsável pelo desenvolvimento de vários projetos, como o da UTE Rio Grande, depois adquirido pela Bolognesi Engenharia, a Omega atua no segmento desde a concepção do projeto, na participação nos leilões para o mercado regulado e até a operação da planta. Recentemente, iniciou a elaboração de um empreendimento a biomassa com 5MW de capacidade para o mercado de geração distribuída.

 

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