Vestas opera a plena capacidade para atender demanda do novo modelo de turbina V150-4.2 MW

Vestas V150-4,2 MW/ Divulgação

A companhia dinamarquesa Vestas, que lidera no mundo o segmento de turbinas eólicas, está com sua capacidade de produção do modelo V150-4.2 MW comprometida até 2021. Desde que a empresa anunciou a produção local sob as regras do Finame, em novembro de 2019, ela recebeu pedidos para mais de 700 unidades da  nova turbina, totalizando mais de 3 GW, “um recorde para a empresa e para o setor de energia eólica”, afirmou a MODAL Eric Gomes, diretor de vendas da Vestas no Brasil, em entrevista por e-mail.

De acordo com Gomes, as turbinas são fabricadas na fábrica da Vestas, em Aquiraz, no Ceará, onde foram investidos cerca de R$ 110 milhões. O processo de entrega  é relativamente rápido. Porém, o prazo varia de acordo com a preparação do parque para recebimento dos equipamentos e da sua entrada no cronograma da linha de fabricação e montagem.

Apesar da pandemia do Covid-19, Gomes explicou que como resultado do investimento no setor eólico, foi possível seguir fornecendo energia limpa para manter em atividade hospitais e outros serviços essenciais  durante os últimos meses. “Enquanto fontes fósseis oscilaram bastante no período, vimos uma maior estabilidade das renováveis em geral”, revelou.

Sobre as vantagens dos investimentos em turbinas de maio porte, o executivo explicou que o ponto mais importante no caso de projetos eólicos não é a diferença de valor entre os modelos e sim a adequação da customização da turbina ao perfil de vento e o custo de energia nivelado ao final. Nesse sentido, a V150-4.2 MW continua a fazer diferença no mercado brasileiro ao oferecer um custo de energia nivelado muito competitivo, que resulta em um investimento atrativo de longo prazo para nossos clientes, acrescentou.

“A V150-4.2 MW quebrou a barreira dos 4 MW no Brasil e trouxe uma nova gama opções de investimentos no setor eólico brasileiro, que é cada vez mais competitivo. A Vestas foi pioneira em trazer essa gama de produtos para o país, e com a ampliação do leque de modelos à disposição, podemos oferecer ainda mais soluções aos nossos clientes. O custo de energia nivelado da V150-4.2 MW é muito competitivo, e, portanto, torna-se um investimento de longo prazo interessante para nossos clientes”.

Para a produção local da V150-4.2 MW, conforme Gomes, a Vestas obteve a certificação do BNDES, de acordo com as regras do Finame. “Esse certificado comprova que a produção segue as regulações do processo de manufatura usando conteúdo local. Dessa maneira, temos acesso a linhas especiais de crédito para aquisição de novo equipamento”.

Para o diretor de vendas da Vestas no Brasil, o avanço do segmento mostra que o país está no caminho certo para a descarbonização do setor elétrico. “Devido à atual crise climática é necessário que a energia renovável siga tendo os alicerces para se desenvolver ainda mais”.

A continuidade das entregas  mesmo durante a crise mostra  o vigor do setor de energia renovável, o que sinaliza animadoras perspectivas futuras no Brasil cujo mercado é essencial para o segmento eólico mundial, completou.

Sobre o adiamento de leilões ele acredita que isso pode levar a um maior fluxo de investimento no mercado livre. Todavia acredita que a estabilidade mostrada pela energia eólica durante a pandemia irá fazer com que haja mais negócios no mercado regulado assim que os leilões retornarem.  “Portanto é um futuro que deve seguir dois caminhos paralelos, mas que só traz benefícios ao setor eólico brasileiro e para a população em geral, que terá mais energia limpa”.

vestasericgomes

Já em relação ao novo PLD horário, ele admite que se trata de um ponto de preocupação para todo o setor, mas ressalta que ainda é necessário mais estudos para que seja possível avaliar os impactos de forma adequada. “Vemos o PLD horário como um elemento representativo da modernização do setor e do fortalecimento da discussão da hibridização de projetos com a complementariedade entre fontes renováveis, como, por exemplo, eólica com solar, e destas com tecnologias de armazenamento, como baterias”.

Entre os benefícios do  projeto de modernização do setor, ele destaca a ampliação do mercado livre e a redução do custo ao consumidor. De outro lado, lembra que as mudanças trazem desafios ao setor eólico. “Subsídios que ajudaram no desenvolvimento do segmento no Brasil serão removidos, e por mais que hoje o setor esteja fortalecido e competitivo, é necessário que se criem condições adequadas para que as renováveis sigam crescendo para que haja uma descarbonização do setor elétrico”.

Como será o mundo  pós-Covid-19? “O mundo voltará a tratar de temas igualmente sensíveis, como a crise climática. No cenário atual, vimos a força das renováveis para a manutenção da operação de serviços essenciais e é necessário que haja um esforço cada vez maior para que este tipo de fonte esteja mais presente,  a fim de construirmos um futuro sustentável, considerando o meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico”.

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