COP 26: compromissos ambientais insignificantes

Por Valmor Alves (*)

Foi realizada em Glasgow na Escócia, no começo deste mês de novembro, a 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. É papel da ONU, não apenas olhar os problemas globais, mas também trabalhar para o desenvolvimento de um planeta melhor, não somente em nível econômico, mas transformar em realidade a palavra mais pronunciada nas diversas conferências sobre mudanças climáticas, a mitigação.

Há mais de trinta anos se fala em aquecimento global e os respectivos gases de efeito estufa. Porém, somente a partir do acordo fechado durante a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Kyoto, no Japão, em 1997, foi assinado o primeiro tratado internacional para controle da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

Houve uma forte politização das causas ambientais, em que os partidos mais à esquerda, tomaram para si próprios, uma bandeira que é, ou pelo menos deveria ser de todos os habitantes do nosso planeta.

Outro ponto de grande polêmica é de como pagar essa conta. É polêmica, sim, pois existe um olhar, em que os países mais ricos e que se industrializaram primeiro, e que, portanto, no acumulado são os principais emissores de gases de efeito estufa. Nesse olhar ao longo do tempo, os Estados Unidos e Inglaterra estão no topo da lista.

Por outro lado, onde a COP26 mais realçou são as emissões apenas do momento atual, em que a China lidera de forma disparada, com quase 1/3 das emissões globais dos gases de efeito estufa. Seguida pelos Estados Unidos, com 1/5 das emissões globais. Somente essas duas economias juntas correspondem a mais de 50% de todas as emissões de GEE em escala mundial.

O fato é que esses países, entre os 200 signatários desses acordos, não têm assumido nem aceito ser taxado financeiramente para viabilizar o mecanismo de crédito de carbono mundo afora.

O Brasil é muito cobrado, principalmente por quem mais poluiu a atmosfera do planeta, sobretudo por sermos ainda a única grande reserva florestal do planeta.

O Brasil é benchmark em economia sustentável. Segundo a Austin Rating, nosso PIB, manteve o país na 13ª posição na lista das maiores economias do mundo e, segundo o IPCC- ONU, nossas emissões no percentual global não chegam a 3%. Isto não é por acaso. O Brasil possui uma matriz energética, que é invejada pela grande maioria dos países desenvolvidos.

Possuímos uma grande capacidade de produção de energia elétrica por fontes renováveis. Em especial, as fontes:  hidrelétrica, eólica, biomassa e fotovoltaica. Em relação aos combustíveis renováveis, possuímos o etanol e o biodiesel.

Para finalizar, o resumo da ópera da COP26, é que ninguém é contra mitigar ao máximo a emissão dos gases de efeito estufa. Porém, apenas a Europa tem assumido um papel de liderança mais contundente, mas não fala nada em investimentos para reflorestar parte de suas áreas rurais.

Conclusão: os avanços nos compromissos ambientais foram insignificantes.

(*) Sócio-fundador da Vetorlog, de Curitiba (PR), e especialista em GEE (Gases de Efeito Estufa).

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