No acumulado entre 1º de maio e 31 de outubro de 2024, o governo do RS arrecadou R$ 25,13 bilhões de ICMS, correspondente a um incremento de 4,2% (R$ 1,02 bilhão) superior ao que era projetado antes das enchentes. O desempenho foi impulsionado pela retomada da atividade econômica verificada a partir de julho, após quedas expressivas na arrecadação em maio (-17,3%) e junho (-8,9%). As informações são da 12ª edição do boletim econômico-tributário da Receita Estadual sobre os impactos das enchentes na apuração do tributo.
Indústria retoma fôlego
O mês outubro registrou indicadores positivos, assim como em setembro, nas vendas e nas compras da indústria, além de crescimento na arrecadação do ICMS.
As vendas das indústrias tiveram 7% de alta em outubro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Por setores, os destaques positivos são Tabacos (43,4%), Pneumáticos e Borracha (20,6%) e Madeira, Cimento e Vidro (15,5%). A única queda ocorreu no setor metal- mecânico (-5,4%). Por região, as maiores altas foram verificadas no Jacuí Centro (81,2%), Vale do Rio Pardo (31,3%) e Alto da Serra do Botucaraí (30,6%). Houve baixas nas regiões Fronteira Noroeste (-49,1%) e Alto Jacuí (-13,0%). Os dados refletem não somente os impactos das enchentes, mas também outros fatores econômicos e sazonais.
O volume de compras das indústrias também avançou, indicando aquecimento da atividade econômica estadual. O nível de compras internas cresceu 22% em outubro de 2024 frente a outubro de 2023, com destaque para os setores de Combustíveis (87,0%), Pneumáticos e Borracha (85,4%) e Insumos Agropecuários (34,7%). Já as compras interestaduais aumentaram 8,4% no período, lideradas pelos setores de Tabacos (307,4%), Pneumáticos e Borracha (35,6%) e Plástico (30,0%).
Nível de atividade dos estabelecimentos
Conforme o levantamento, o nível de atividade dos estabelecimentos é parecido entre os que integram o chamado Regime Geral, de maior porte, e os do Simples Nacional, composto por micro e pequenas empresas.
Dos 3.307 estabelecimentos do Regime Geral localizados nas áreas que foram inundadas, 82% tiveram oscilações dentro da normalidade na última semana de outubro (nível de atividade a partir de 70% do habitual), 5% operaram com nível médio (entre 30% e 70% do normal) e 13% apresentaram nível de atividade baixo – ou seja, volume de vendas inferior a 30% da média normal registrada antes das enchentes. No caso do Simples Nacional, dos 5.106 estabelecimentos em áreas que foram inundadas, 15% estavam operando com nível baixo, 3% em nível médio e 82% dentro da normalidade. No período mais crítico da crise, o percentual de normalidade esteve na casa dos 30%.